Respeitável público!

A Virada Cultural
Ontem, 02/04/09, eu e meus amigos fomos a virada cultural, evento realizado na cidade de São Paulo, que conta com diversas atrações culturais de várias naturezas, como dança, música, teatro entre outros.
Como eram muitas atrações, tantas que ficava difícil entender o site, traçamos um objetivo inicial e depois iríamos aonde o vento nos levasse.

Nosso primeiro objetivo: Show da sinfônica de São Paulo com o Deep Purple no palco da Av. São João, às 18hs.

O show foi realmente emocionante, o público era diverso, com pessoas de todas as idades. Neste momento fizemos nossa primeira constatação importante sobre o evento: A Virada cultural era uma máquina do tempo.

Por quê?

Encontramos naquele show pessoas saídas de diferentes épocas, principalmente dos anos 80, com as roupas e cabelos da época. Cruzamos com alguns dos anos 70, gângsters dos anos 50 entre outros.

Depois do show começamos a buscar novas atrações, fomos atrás das "Maratonas" que eram atividades variadas, como acrobatas, peças rápidas de teatro, mas não conseguimos encontrar. Decidimos ir comer algo, que tal no bar Brahma? Chegamos lá e eles estavam cobrando R$30,00 só para entrar. Desistimos. Acabamos comendo cachorro-quente de barraquinha e milho cozido.

O tempo começou a passar e fizemos nossa segunda constatação sobre o evento:
A Virada Cultural é uma Festa estranha com Gente esquisita.
As pessoas começaram a mudar, e a grande maioria agora usava roupas bizarras, cabelos estranhos e estava sempre com uma garrafa na mão.

Olhamos a programação e decidimos ir para o show do Wando (sim, ele é brega!) em um palco no Arouche com atrações bregas. Conseguimos uma boa posição, mas com o tempo o show virou um agarra agarra, todo mundo se pegando e desistimos também.

Tentamos o show "Toca Raul", um dia inteiro de Raul Seixas na Luz. Isso já era perto da 1 da manhã. Agora aas pessoas já estavam caindo pelos cantos, a maioria mais pra lá do que pra cá, embalados pela sociedade alternativa. Às duas da manhã iríamos para nossa última atração, o show das velhas virgens.

Lá fizemos nossa última constatação:
A Virada Cultural tem prazo de validade.

Estava tão lotado, tanto, que mal conseguíamos andar. O show ia ser na praça da República, o palco do rock. As pessoas jogadas no gramado da praça, mesmo gramado que várias outras usavam como banheiro (a propósito não tivemos coragem de ir no banheiro o evento inteiro). Fiquei desesperada. Tive a sensação que ia ser pisoteada a qualquer hora, e o pior, a Avenida em frente a praça da República não foi fechada, então estavámos entre a turba enfurecida e os carros.

Foi o fim, chegou nossa hora de ir embora, desistimos do show e caminhamos derrotados para o metrô.

Foi triste ver um evento para revitalizar o centro e estimular o movimento no local, acabar com mais depredação. Pois, o que eu vi, mais do que coisas positivas, foram brigas, lixo na chão, garrafas sendo quebradas, muita bebida e muitas drogas. Não é essa a visão que eu queria ter de um evento com tanto potencial. Espero que os módulos realizados fora do centro tenham sido mais bem sucedidos.