Frase da Semana

"A verdadeira perfeição do homem reside não no que o homem tem, mas no que o homem é."
Oscar Wilde

quarta-feira, 30 de março de 2011

A crítica - Dragões de Éter

Título: Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas
Autor: Raphael Draccon
Páginas: 438
Editora: Leya
Nota:4/5


Hoje venho resenhar um livro brasileiro. É incomum as pessoas lerem livros de seu próprio país, não sei se por preconceito, falta de conhecimento, medo de se arriscar. Bem, não tenho certeza das barreiras, mas sei que elas precisam ser derrubadas, pois separam o leitor de obras excelentes como esta.
Dragões do Éter #1 se passa em Nova Ether, um mundo criado por semi-deuses, que se manifestam através de avatares, as fadas.
Conforme vamos avançando as páginas, nos deparamos com personagens que são novos e velhos ao mesmo tempo. Como assim? Bem, nós conhecemos muitos deles dos contos de fada da nossa infância: João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões entre outros. Mas todos receberam uma nova cara, tornando-os mais próximos, mais humanos.

Como eu gosto de fazer, colocarei os pontos positivos e negativos da obra:


Pontos positivos


Narrativa: Ágil e envolvente. O narrador frequentemente dialoga conosco o que nos deixa mais próximos da aventura.
Personagens: Os personagens são cativantes. É gostoso ler sobre uma chapeuzinho vermelho que parece uma estudante normal, com aflições, ídolos. É impossível não se apaixonar pelo Axel Branford e pela Maria, rir com o João Hanson. Ao fecharmos o livro, fica a sensação que nos despedimos de amigos recém-feitos, parecidos conosco, seja nas qualidades, como nos defeitos.
Referências: Algumas referências feitas a músicos, filmes, até Chaves, são colocadas delicadamente e quando a percebemos, deixam um gostinho de felicidade. Adorei!
Trama: Os personagens são apresentados aos poucos e depois são unidos, cada qual com um papel importante na trama. As pontas são bem amarradas e terminamos a leitura com a sensação de que a missão do autor em contar a história foi muito bem cumprida.

Pontos Negativos


Algumas coisas me incomodaram no livro, que me impediram de conceder a nota máxima na minha avaliação.
O toque RPGístico me pareceu excessivo. Como assim? Bem, eu como jogadora de D&D, me deparei com muitos detalhes saídos de uma campanha. Eu acho legal inserir coisas do jogo, principalmente se fossem referências discretas, como outras que foram feitas. Entretanto, nessa área achei um pouquinho exagerado: Goblinoides, Trolls, Anões guerreiros, até em fúria os personagens entram. Também achei que, para uma aventura dentro de um mesmo reino, a variação de raças foi um pouco excessiva. Um índio conversando com um Anão, num cenário medieval, não caiu muito bem...
Pessoalmente, achei que houve uma supervalorização das cenas de lutas em alguns momentos. Isto é completamente pessoal. Sei que alguns irão delirar com as espadas se batendo para todos os lados. Mas eu achei que as batalhas ficaram todas concentradas. Quando acabava uma, estávamos lendo outra, ou às vezes duas intercaladas.

Bem, em geral, o livro é maravilhoso e os defeitos são diluidos pela qualidade da obra. Uma obra brasileira cheia de qualidade, comparável ou até melhor do que a maioria das obras estrangeiras que eu li.
A fantasia também é brasileira e Raphael Draccon prova isto com muita maestria.

Não vejo a hora de ler as continuações!

Um comentário:

  1. Muito boa resenha. Eu dei os 3 livros de aniversário para meu cunhado (ofertas arrasadoras do Sub, rsrs)e ele foi da mesma opinião. Eu gostei muito de saber que era o livro de um brasileiro, apenas não tive tempo ainda de pegar emprestado os livros para ler (sim, eu sempre dou livros de presente com segundas intenções, hehe).

    ResponderExcluir